Elaborado por Monge Marco Yasunaka com base no A Dictionary of Japanese Buddhist Terms (DJBT), Quinta edição, Hisao Inagaki, Nagata Bunshodo, Kyoto, 2003 e na Psicologia Budista, Ryotan Tokuda Igarashi, Editora Gryphus, 2002.
Bodhisatva (sânscrito) (Bosatsu em japonês)
O ser que está num nível anterior ao de Buda. Aquele que busca a Iluminação para iluminar os outros e dedica toda a sua vida para que outros possam atingir a libertação. Aquele que faz os votos de alcançar a Iluminação e salvar os seres que sofrem. Para isso, ele segue o caminho das práticas que requer um longo período de tempo para ser completado. Ao completar essas práticas, ele torna-se um Buda.
Buda Amida (sânscrito: amitâbha, amitâyus)
Nome do Buda da Terra Pura do Oeste; sânscrito Amita = “Infinito”, significando “Luz Infinita” (amitâbha), “Vida Infinita” (amitâyus), traduzido em japonês como muryoko e muryojyu, respectivamente.
Amida é um dos Budas mais populares no Budismo Mahayana e é mencionado em mais de duzentos sutras, entre os quais o mais importante é o Muryoju-kyo, ou Sutra da Vida Infinita, ou ainda Sutra Maior. Segundo este sutra, Amida havia sido anteriormente um rei. Quando ele encontrou um Buda chamado Sejizaiô (sânsc. Lokesvararâja), desejou tornar-se também um Buda. Então, renunciou ao mundo e tornou-se um mendicante chamado Hozo (sânsc. Dharmakara). Ele fez quarenta e oito votos e realizou várias práticas de bodhisatva de modo a completá-las. Depois de muitas eras cósmicas (kalpas), seus votos se realizaram e ele se tornou o Buda da Luz e Vida Infinitas. Sua terra está situada no oeste, o que é também um resultado de seus votos e práticas, e é chamada Gokuraku (sânsc. Sukhâvati), Terra da Suprema Bem-Aventurança (ver Terra da Bem-Aventurança). De acordo com o que é prometido no Décimo Oitavo Voto, aqueles que têm uma sincera confiança em Amida e recitam o Seu Nome (Nembutsu) (ver Namandabu) estão aptos a nascer em Sua terra, após a morte, através do Seu poder. Amida é um Buda transcendental, em contraste com o Buda histórico, e em geral é considerado como um Corpo da Recompensa (jap. Hôjin, sansc. Sambhogakaya).
A escola de Budismo centrada em Amida é conhecida como Budismo da Terra Pura (jap. Jodokyo ou Jodomon) (ver Escola Shin-budista da Terra Pura). Surgiu na Índia, desenvolveu-se na China e atingiu sua plenitude no Japão. Amida é então o principal Buda venerado nas escolas Jodo, Jodoshin e em outras correntes da Terra Pura. No Budismo esotérico, Amida “é um dos cinco Budas que regem os cinco pontos cardeais.
Buda Sakyamuni (ou Sakyamuni, em sânscrito, lit. “sábio do reino dos Sakyas”)
Viveu entre 463 e 383 a.C. segundo o historiador japonês Hajime Nakamura. Nasceu com o nome de Siddhartha Gautama, filho do Rei Suddhodana e da Rainha Maya em Kapilavastu, no atual Nepal. Casou-se com Yasodhara e teve um filho, Rahula. Aos 29 anos, deixa sua família e busca a Iluminação. Depois de seis (alguns autores dizem nove) anos de práticas, ele alcança a Iluminação e passa a ser chamado Buda, o Iluminado. A partir de então, passa a pregar o Dharma (ver Dharma) para as pessoas e cria-se a Sangha (ver Sangha) constituída pela comunidade que segue o seu ensinamento. Ele morreu aos oitenta anos, em Kusinagara.
Caminho óctuplo (Hasshoudou em japonês)
Prática que leva ao Nirvana (ver Nirvana) ou à Iluminação com o objetivo de ver a natureza das coisas assim como elas são. Ela exige que se tenha ou faça:
- Conduta ética ou moralidade (sila em sânscrito):
palavra correta (sam ma vaca em sânscrito)
ação correta (sam ma kamanta em sânscrito)
meio de vida correto (sam ma vidya em sânscrito)
- Disciplina mental ou meditação (Samadhi em sânscrito)
4) esforço correto (sam ma vajana em sânscrito)
5) plena atenção mental correta (sam ma sati em sânscrito)
6) concentração correta (sam ma samadhi em sânscrito)
- Introspecção ou sabedoria (panna em sânscrito)
7) pensamento correto (sam ma sankapa em sânscrito)
8) compreensão correta (sam ma dithi em sânscrito)
Compaixão (jap. Jihi) (sânsc. Maitreya, Karuna)
Ter compaixão quer dizer “dar prazer e alegria” e “remover a dor e o sofrimento” dos outros seres. Sabedoria e Compaixão sempre existem juntas no Buda. Não há Sabedoria separada da Compaixão, e vice-versa. Ao ver os outros seres sofrendo, o Buda utiliza-se de todos os meios sábios e compassivos (ver método hábil ou habilidoso) para fazê-los despertar para o Dharma e extinguir a sua dor.
Dharma (jap. Hou)
É a lei ou Verdade para a qual o Buda Sakyamuni (ver Buda Sakyamuni) despertou. Também refere-se ao ensinamento pregado por ele.
Escola Shin-Budista da Terra Pura (jap. Jodo Shinshu)
Escola budista japonesa que tem como fundador o Mestre Shinran (ver Shinran Shonin), discípulo de Honen (1133-1212), fundador da Escola Jodo. Tem como símbolo sagrado o Buda Amida (Buda da Luz e Vida Infinitas) ou o seu Nome Sagrado, Namo Amida Butsu. Adota como três sutras como sendo pricipais: 1) Sutra da Vida Infinita ou Sutra Maior; 2) Sutra da Contemplação da Vida Infinita; 3) Sutra de Amida ou Sutra Menor.
Namandabu (ou Nembutsu)
É o Nome Sagrado do Buda Amida. “Namo” (sânsc. namas) originalmente significa “tomar refúgio”. Para Shinran, é o Buda Amida que nos chama à Terra Pura. Não é nem uma oração de súplica nem uma fórmula mágica, mas o chamado do Buda Amida e o ouvir do ser humano a esse chamado. “Nembutsu”, literalmente, quer dizer “meditar, pensar no Buda”, “manter o pensamento no Buda e pronunciar o nome do Buda”. No Budismo da Terra Pura, o Nembutsu tem significado a recitação do Nome do Buda Amida, ou seja, o Namu Amida Butsu. Shinran enfatiza que a recitação do Nome é expressão da Mente Confiante consolidada na pessoa através do Poder do Buda Amida.
Nirvana (jap. Nehan)
É a meta do Budismo. É o apagar do fogo das paixões mundanas e a extinção do ego. É o oposto do Samsara (sânsc.), o ciclo de nascimentos e mortes. É a libertação do karma que não necessita mais reencarnar.
Quatro Nobre Verdades (Shitai ou Shishoutai em japonês)
É o conteúdo do primeiro discurso do Buda Sakyamuni (ver Buda Sakyamuni) depois de se iluminar.
A 1a. Nobre Verdade (Dukkha, sânscrito) diz que a existência comum pressupõe que haja dor e sofrimento quando a realidade não vai de encontro ao nosso desejo, a nossa vontade.
A 2a. Nobre Verdade (Samudaya, sânscrito) diz que a origem da dor e do sofrimento é a ilusão do apego ao ego e a ignorância. Assim, quanto mais apegarmo-nos ao ego e às paixões egocêntricas, mais iremos sofrer.
A 3ª. Nobre Verdade (Nirodha, sânscrito) diz que há uma maneira de se extingüir a dor e o sofrimento que é alcançando o Nirvana (ver Nirvana), ou a Iluminação.
E, por último, a 4ª. Nobre Verdade (Magha, sânscrito) diz que a maneira de se extingüir a dor e o sofrimento é a praticando o Caminho Óctuplo (ver Caminho Óctuplo)
Sabedoria (jap. Tie) (sânsc. Prajña, ou pañña)
É a capacidade mental de poder enxergar os fenômenos e os elementos ao seu redor na sua totalidade. No Budismo Mahayana, seria uma das seis práticas (sânsc. paramitas) que o boshisatva tem de cumprir para chegar a iluminação. As outras cinco seriam: doação (sânsc. dana), conduta ética (sânsc. sila), paciência (sânsc. ksanti), esforço (sânsc. virya) e concentração (sânsc. dhyana).
Sangha (sânscrito)
A ordem budista, a congregação dos seguidores do Budismo.
É a terceira das Três Jóias do Budismo (Buda, Dharma e Sangha).
Nenhum comentário:
Postar um comentário