"Todas
as religiões vêm tentando manter a humanidade imatura, juvenil,
infantil. Todas temem que, uma vez que a humanidade amadureça, elas
não terão nenhum valor; perderão todo o seu esplendor. Não serão
capazes de explorar uma humanidade madura; elas só podem explorar
crianças. Então, que pecado a humanidade cometeu para que Jesus
precisasse vir para a salvação do mundo?
Gostaria
de deixar absolutamente claro a
você que não é necessária nenhuma salvação. Em segundo lugar,
se você sente que há qualquer necessidade, ela não pode ser
satisfeita por ninguém, exceto por você mesmo. Em terceiro lugar,
você não está vivendo em pecado, está vivendo na natureza –
mas, se a natureza é condenada, você começa a se sentir culpado. E
esse é o ofício dos sacerdotes: fazê-lo se sentir culpado. Eu não
acho que Jesus tenha dito que seu sacrifício na cruz foi para salvar
o mundo dos pecados do homem. Os sacerdotes devem ter imposto suas
ideias sobre Jesus.
O Novo Testamento foi escrito séculos depois, e
depois ao longo de mais séculos ele foi editado, modificado, e as
palavras que Jesus falou foram ditas em uma língua que não está
mais viva, o aramaico. Não foram proferidas em hebraico ou em um
dialeto do hebraico. Quando as palavras de Jesus foram traduzidas –
primeiro para o latim – uma grande mudança aconteceu: elas
perderam sua qualidade original, seu sabor. Elas perderam algo muito
essencial: a sua alma. E quando do latim foram traduzidas para o
inglês, algo foi, mais uma vez, perdido. (…)
É quase impossível entender Jesus através dos sacerdotes. A única
maneira pura, a única maneira possível, é ir para dentro de si,
retornar ao seu interior. Lá você encontrará a consciência
crística. A única maneira de entender Cristo é se tornar Cristo.
Nunca seja um cristão, seja um Cristo! Nunca seja um budista, seja
um Buda! Nunca seja um hindu, seja um Krishna! E se você quiser ser
um Krishna, um Jesus ou um Buda, não precisará recorrer às
escrituras nem precisará perguntar aos eruditos: você terá de
perguntar aos místicos como ir para dentro de si."
Osho - Crença, dúvida e fanatismo.
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