Físicos alemães conseguem atingir temperatura abaixo do zero absoluto
Equipe usou lasers e magnetismo para criar gás com átomos de potássio.
Pesquisadores atingiram bilionésimos de grau abaixo de -273,15ºC.
Físicos da Universidade Ludwig Maximilian, em Munique, alcançaram pela primeira vez uma temperatura abaixo do zero absoluto, ao criar um gás quântico ultrafrio feito de átomos de potássio, usando lasers e magnetismo.
Os pesquisadores conseguiram chegar apenas alguns bilionésimos de 1 Kelvin – unidade básica internacional que mede a temperatura de um objeto – abaixo do zero absoluto (o equivalente a -273,15º C). Os resultados estão publicados na edição desta sexta-feira (4) da revista "Science".
O novo gás também imita o comportamento da "energia escura" – força misteriosa que leva o Universo a se expandir a uma taxa cada vez mais rápida contra a força da gravidade – e poderia ajudar os astrônomos a entender a origem e a evolução do Universo.
Temperatura e energia de um gás
Em meados de 1800, o físico e engenheiro irlandês William Thomson, conhecido como Lorde Kelvin, definiu a escala de temperatura absoluta, que começa numa temperatura equivalente a -273,15º C.
Em meados de 1800, o físico e engenheiro irlandês William Thomson, conhecido como Lorde Kelvin, definiu a escala de temperatura absoluta, que começa numa temperatura equivalente a -273,15º C.
Mais tarde, cientistas perceberam que a temperatura de um gás está relacionada com a energia média de suas partículas. O zero absoluto, portanto, corresponde ao estado teórico em que as partículas não têm nenhuma energia – e as temperaturas mais altas equivalem às energias mais altas.
Apesar disso, na década de 1950, os físicos começaram a perceber que isso não é sempre verdade. Isso porque, normalmente, a maioria das partículas tem uma energia média ou próxima dela – apenas algumas apresentam alta energia. Na teoria, se a situação fosse inversa, com mais partículas concentrando alta energia, a temperatura absoluta passaria de um resultado positivo para um negativo.
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